Viajar sozinho sempre me pareceu algo reservado para pessoas muito corajosas — daquelas que nascem com o mapa na mão e o coração pronto para o desconhecido. Eu, por outro lado, sempre fui o tipo que precisava de companhia para tudo: para decidir o destino, dividir o quarto, planejar o roteiro. Até o dia em que percebi que esperar o “momento certo” ou a “companhia ideal” era a forma mais sutil de adiar sonhos. Foi aí que comprei minha primeira passagem solo — sem saber que aquele bilhete seria também o meu ingresso para uma jornada de autodescoberta.
No começo, o medo veio forte. Eu me perguntava se conseguiria me virar, se ia me sentir sozinho, se teria coragem de sentar em um restaurante sem ninguém do outro lado da mesa. Mas foi justamente nesse desconforto que encontrei o verdadeiro significado de viajar sozinho: aprender a estar comigo mesmo, com minhas dúvidas, meus silêncios e minhas pequenas vitórias diárias. Cada cidade que visitei se tornou um espelho — refletindo partes de mim que eu nem sabia que existiam.
Viajar sozinho é um mergulho profundo na própria essência. É sair do piloto automático e abrir espaço para a curiosidade, para a vulnerabilidade, para o improviso. É perceber que o mundo é maior, mais gentil e mais surpreendente do que imaginamos. E, ao mesmo tempo, descobrir que a gente também é mais forte e adaptável do que acreditava.
Em cada viagem, aprendi lições que ficaram comigo muito além das fotos e das lembranças — lições que moldaram minha forma de ver o mundo e de viver a vida.
Neste artigo, compartilho 11 conselhos sinceros que eu gostaria de ter recebido antes da minha primeira viagem solo. São histórias reais, aprendizados profundos e pequenas verdades que só quem já se aventurou sozinho pelo mundo entende. Se você está pensando em fazer sua primeira viagem sozinho — ou quer entender por que tantas pessoas voltam diferentes depois de uma jornada assim — este texto é o seu convite para começar. Porque viajar sozinho é, acima de tudo, uma viagem para dentro de si mesmo.
1. O medo é inevitável — e é sinal de que você está prestes a crescer
Na noite anterior à minha primeira viagem sozinho, eu mal dormi. O medo não era só do avião, era do desconhecido: e se eu me perdesse? E se ficasse doente? E se ninguém falasse comigo?
Só depois percebi que o medo não é um inimigo — ele é um companheiro de viagem. Ele nos mantém atentos, mas também indica que algo importante está prestes a acontecer.
Aprendi a lidar com o medo dividindo-o em partes menores. Planejava o essencial — documentos, hospedagem, transporte — e deixava espaço para o improviso.
Na prática, percebi que quando você se joga no novo, a coragem vem em pequenas doses: na primeira refeição sozinho num restaurante, na primeira conversa com um estranho, na primeira vez pegando o metrô sem entender as placas.
Hoje, sempre que sinto aquele frio na barriga, sei que estou prestes a viver algo que vai me fazer crescer.
2. Planejar é essencial — mas a mágica acontece fora do roteiro
No começo, eu queria controlar tudo. Tinha planilhas, mapas e alarmes para cada horário. Só que, aos poucos, percebi que a melhor parte da viagem solo é justamente se perder — e se reencontrar.
Lembro de uma vez em Lisboa, quando ignorei meu cronograma e entrei numa ruazinha qualquer porque ouvi um violão tocando. Era um senhor tocando fado na porta de casa, e eu fiquei ali por horas, conversando e aprendendo sobre a cultura local. Nada disso estava no roteiro — e foi um dos momentos mais autênticos da viagem.
Planeje o básico: onde dormir, como chegar e o que gostaria de conhecer. Mas mantenha o coração aberto. Os melhores momentos surgem quando você deixa o mapa de lado e simplesmente caminha, observando, respirando, sentindo o lugar.
3. Comer sozinho é um ato de liberdade
A primeira vez que sentei sozinho em um restaurante, me senti deslocado. Fingia mexer no celular para disfarçar o desconforto. Até que, um dia, decidi deixar o celular de lado e simplesmente olhar ao redor.
Foi libertador. Comecei a observar as pessoas, ouvir línguas diferentes, perceber cheiros, cores, gestos. De repente, comer sozinho deixou de ser estranho — virou uma forma de estar presente.
Hoje, adoro escolher um restaurante local, pedir o prato típico e saborear com calma, como um ritual. Já fiz amizades com garçons, cozinheiros e até outros viajantes curiosos que puxaram papo porque me viram ali, tranquilo, aproveitando o momento.
Comer sozinho é uma das maiores lições de independência que uma viagem pode te dar. É o momento em que você aprende a gostar da própria companhia.
4. A solidão não é um inimigo — é uma professora
Tem dias em que viajar sozinho dói. Você olha uma paisagem incrível e pensa: “queria que alguém visse isso comigo”.
Eu já senti isso. E tudo bem. Aprendi que solidão não é ausência de companhia — é presença de si mesmo. É quando você se ouve, se entende e se reconecta.
Numa viagem pela América do Sul, lembro de uma tarde em que sentei à beira de um lago e chorei — sem tristeza, apenas com o peso e a beleza de estar ali, sozinho e completo.
Esses momentos me ensinaram a valorizar o silêncio, a introspecção, a observar o mundo sem pressa.
A solidão na viagem solo é o que te torna mais forte emocionalmente e mais empático com o outro.
5. As pessoas são mais boas do que ruins
Antes de viajar sozinho, eu acreditava em todos os avisos de perigo. “Cuidado com estranhos!”, “Não confie em ninguém!”.
Mas, quando você está na estrada, percebe que o mundo é cheio de gente boa.
Lembro de quando perdi o trem em uma cidadezinha da Itália e um senhor me ofereceu carona até o próximo destino — recusou até o dinheiro do combustível.
Ou da senhora no Chile que me ensinou a pedir comida com o sotaque certo para não parecer turista.
Claro, é importante ter cautela. Mas também é preciso abrir espaço para confiar. Quando você se permite isso, percebe que o mundo está cheio de pequenos gestos de gentileza que restauram a fé na humanidade.
6. Carregar menos é viver mais
Na minha primeira viagem solo, levei uma mala enorme. Metade das roupas eu nem usei.
Depois disso, aprendi o valor da leveza. Cada item extra pesa não só na mala, mas na cabeça.
Hoje, viajo com uma mochila e tudo o que preciso cabe ali. Roupa leve, calçado confortável, um bom livro, um caderno para anotações.
Essa simplicidade muda tudo: você se move com mais liberdade, não depende de táxi, não sofre para subir escadas ou trocar de cidade.
Viajar leve é libertar-se do excesso — tanto material quanto mental. E é aí que a viagem se torna realmente leve.
7. A melhor forma de conhecer um lugar é a pé
Você pode ver uma cidade de um ônibus turístico, mas só entende a alma dela quando caminha por suas ruas.
Andar a pé me ensinou a enxergar detalhes invisíveis: o cheiro do pão saindo da padaria, o som das crianças brincando, o grafite escondido numa viela.
Na minha primeira viagem solo a Buenos Aires, decidi andar sem destino e acabei em uma feirinha de rua onde conheci artistas locais. Foi um dos dias mais marcantes da viagem.
Caminhar é mais do que se deslocar — é se conectar. Cada passo te aproxima da cultura, das pessoas e de você mesmo.
8. Errar faz parte — e tudo bem
Nenhum plano sobrevive intacto à realidade. Eu já perdi voos, peguei metrôs errados, fiquei em hospedagens terríveis.
No começo, cada erro parecia o fim do mundo. Hoje, vejo que foram justamente esses erros que renderam as melhores histórias.
Lembro de quando peguei o trem errado na Alemanha e acabei em uma cidade que nem estava no meu mapa. Descobri uma feira local, comi comidas típicas e voltei no dia seguinte para explorar mais.
Errar é parte da jornada. É no improviso que a vida mostra sua parte mais autêntica.
9. Tire fotos — mas também viva o momento
Eu costumava querer registrar tudo. Cada pôr do sol, cada prato, cada rua. Até perceber que, muitas vezes, eu estava vendo o mundo pela tela, não com os olhos.
Hoje, levo uma câmera separada do celular. Fotografo, sim — mas depois guardo e vivo o momento.
As melhores lembranças não estão nas fotos, estão nas sensações: o vento frio no rosto, o som das ondas, o riso espontâneo de alguém que acabou de conhecer.
A viagem é feita para ser vivida, não apenas documentada.
10. Planeje o retorno — porque ele também faz parte da viagem
Voltar para casa depois de uma viagem solo pode ser estranho. Você muda — mas o mundo ao seu redor parece igual.
Aprendi a respeitar esse processo. Levo comigo o hábito de escrever um diário durante a viagem, e ao voltar, releio tudo. É uma forma de processar o que vivi, de perceber o quanto cresci.
O retorno é uma continuação da jornada. É quando você começa a aplicar o que aprendeu — mais paciência, mais empatia, mais autoconfiança.
11. Viajar sozinho muda você para sempre
Depois da minha primeira viagem solo, nunca mais fui o mesmo.
Aprendi que liberdade não é estar em todos os lugares, mas estar inteiro em um só.
Aprendi a gostar da minha companhia, a confiar no meu instinto, a enxergar beleza na rotina.
Viajar sozinho é o maior presente que você pode se dar.
Não espere o momento “perfeito”. Ele nunca vai chegar.
Compre a passagem, escolha o destino, e vá — com medo mesmo, com dúvida mesmo.
Porque a verdadeira viagem não começa quando o avião decola, mas quando você decide dar o primeiro passo rumo a si mesmo.
Viajar sozinho é o começo de uma nova versão de você
Se tem uma coisa que aprendi ao longo dessas viagens é que a gente nunca volta o mesmo. Viajar sozinho é um processo de desapego e descoberta, um exercício de liberdade e vulnerabilidade ao mesmo tempo. É quando você entende que pode se perder e ainda assim se encontrar — talvez até se encontrar justamente por ter se perdido. Você descobre que coragem não é ausência de medo, mas a decisão de seguir em frente apesar dele. E que o mundo, com todos os seus sotaques, cheiros e imprevistos, é muito mais acolhedor do que parece quando a gente o vê pela janela de casa.
Cada viagem solo me transformou um pouco: me ensinou a confiar mais, a desacelerar, a ouvir, a observar. Me ensinou que as melhores conexões não vêm de roteiros prontos, mas dos encontros inesperados, dos sorrisos trocados, das conversas sem idioma. E o mais bonito é perceber que essa jornada não termina quando a gente volta pra casa. Ela continua dentro de nós — nas atitudes, nas escolhas, na forma como passamos a enxergar o cotidiano com olhos de viajante.
Então, se você está aí, com o desejo de viajar sozinho, mas ainda sente medo… saiba que isso é normal. Todo mundo sente. O segredo é dar o primeiro passo mesmo assim. A coragem vem depois. E quando você perceber, vai estar sentado em um café em algum lugar do mundo, sorrindo sozinho, com aquela sensação de liberdade que ninguém mais pode te dar.
✨ Quer dar esse primeiro passo? Se você quer aprender como viajar sozinho, se livrar do medo e viver experiências únicas, preparei um conteúdo especial com tudo o que aprendi — um vídeo completo com dicas práticas, reflexões e estratégias para transformar o medo em empolgação.
👉 Clique aqui para assistir e descobrir como começar sua própria jornada solo.